Os nossos ingredientes
Estes são a parte mais importante de tudo o que fazemos.
Os ingredientes que escolhemos não são apenas uma decisão que tomamos em relação ao que comemos, mas são também uma declaração política sobre as práticas e ética na industria alimentar que queremos apoiar e ver crescer.
Desta forma, nós apoiamos mais que tudo a produção local e nacional. Queremos trabalhar com agricultores portugueses e minimizar a distancia de transporte ao máximo. Queremos usar variedades de cereais portuguesas, apoiar a diversidade genética e proteger a nossa identidade cultural.
Igualmente, valorizamos práticas orgânicas e sustentáveis. Gostaríamos que esta fosse a norma na industria alimentar e não a exceção, mas ainda não chegámos lá. Sempre que pudermos adquirir nacional e orgânico vamos fazê-lo. Se isso não for uma possibilidade, daremos prioridade ao local. Vemos esta escolha como um investimento para o futuro e esperamos que criando mais procura na economia local possa melhor a oferta.
Barbela
Barbela é uma variedade ancestral Portuguesa de trigo mole que sobreviveu à chamada "Revolução Verde".
O Barbela é natural das regiões frias do norte de Portugal (Terra Fria, Trás-os-Montes). Tem uma capacidade incrível de sobreviver em temperaturas baixas, solos ácidos e com níveis altos de alumínio. As suas raizes verticais e profundas ajudam-no a penetrar fundo na busca por nutrientes e água, e a sua altura actua como uma protecção natural contra outras especies concorrentes. Por isso, não necessita de herbicidas nem fertilizantes. Nutricionalmente, o Barbela tem 40x menos gluten que um trigo moderno, e é extremamente rico em óleos e selênio. Barbela é um trigo do passado e um trigo para o futuro.
No entanto, apesar das suas características inigualáveis, em 1987 o Barbela foi removido do catálogo de espécies nacionais, tornando-se impossível comprar sementes e comercializar o cereal através dos circuitos legais. A sua extinção tem sido evitada única e exclusivamente devido á persistência dos agricultores que à rebelia continuaram a guardam as suas semente e a partilhá-las com os seus colegas agricultores. Hoje em dia, o Barbela continua sem ser reconhecido como uma variedade nacional. O seu futuro mantem-se nas mãos dos agricultores, moleiros, padeiros, e tu, o consumidor.
Nós usamos Barbela Orgânico para alimentar a nossa massa mãe e é o principal cereal no nosso pão Criolo.

Preto Amarelo
Outra variedade de trigo ancestral Portuguesa, vinda das regiões do Ribatejo e Alentejo. Preto Amarelo é um trigo duro e o seu nome provem da cor da sua espiga. Com uma elevada percentagem de proteína, os trigos duros são normalmente usados para fazer massa e noodles. No entanto, nós achamos que o Preto Amarelo é óptimo e delicioso para fazer pão também.
Preto Amarelo é considerada uma variedade de conservação, i.e. uma variedade local, adaptada às condições locais ou regionais mas ameaçada de erosão genética. trabalhar com este trigo é não só um prazer mas também uma responsabilidade.
Nós usamos Preto Amarelo no nosso pão Criolo.

Sal de Rio Maior
O sal de Rio Maior provem de uma enorme e profunda mina de sal-gema situada no sopé da Serra de Candeeiros. A água da chuva infiltra-se nas rochas de calcário porosas da região, passando por esta mina e tornando-se salgada. Esta água é 7x mais salgada que a água do mar! Esta água salgada é depois extraída para a superfície através de um poço situado no centro das salinas.
Todo o processo de obtenção de sal é natural e artesanal. Este sal não refinado ou lavado, nem contém nenhum tipo de aditivos. Faz-se hoje tal como como se fazia à 800 anos atrás.
Este sal é especialmente rico em selênio, e totalmente livre de micro-plásticos, algo que infelizmente nem todos os sais marinhos podem dizer hoje em dia.
